Levi Nauter
O que estamos fazendo com o evangelho? Que tipo de sal, que tipo de luz temos sido? Por quais lugares passamos ou estamos sentados? Nosso evangelho nos ultrapassa? Chega nas pessoas desinstitucionalizadas? Nosso evangelho é o da guerra, é o do toma-lá-dá-cá, é o "venha a nós o vosso reino"? Nossas palavras aliviam o fardo e suavizam o jugo? Nossa adoração transcende a norte-americanização dos ritmos e melodias? Será que Deus não quer um louvor, hoje, ao som do maracatu, do côco, da milonga? Será que a nossa ceia - só hoje - não pode ser com o chimarrão? Nosso evangelho tem Palavra de Deus ou palavra de medalhões da publicação nacional e internacional? Será que meu culto hoje poder ser um belo passeio pelo "brique" com minha esposa ou ficar com ela, vendo um bom filme? Será que nossa Santa Ceia não tem sido um santo dia para 'bater cartão'? Será que Deus pode ser onipresente a ponto de falar comigo em meio as páginas de Vidas Secas?
Oh, que dilema: ou sigo uma nova caminhada rumo ao Prêmio Maior, esquecendo-me das coisas que para trás deixo do que me ensinaram ser o evangelho. Ou, então, sigo a opção mais fácil - a da cartilha denominacional. Particularmente tenho optado pela primeira opção. Nela tenho vivido boas aventuras com Deus, tenho descoberto Deus nas pequenas coisas, posso chorar com Ele, rir com Ele, me aventurar com Ele. Tenho, por enquanto, me negado a sexualizar com Ele, pra isso sou casado com uma mulher linda, minha âncora, 'metade de mim' com quem pretendo ter a herança do Senhor. Graças a sua misericórdia, ainda posso dizer que Ele tem me fortalecido.
Obrigado, meu Pai Celeste.
Obrigado por permitires uma novidade de vida, com temor e não medo.
Obrigado porque me entendes e me aceitas como sou.
Obrigado porque posso ser eu, sem máscara, sem biotipos, pecador, fraco.
Valeu, Pai, não sou dono da verdade. Tu és, para mim, a verdade.
Ensina-me, Senhor, a traduzir-te para a minha geração.
Ensina-me, doce Espírito, cada vez mais, a saber que sou dependente de Ti.
Te amo Deus e é muito melhor te buscar (e não caçar-Te) sem receitas, sem placas...
Como é bom ver-te na vida da minha esposa, dos meus amigos, na tua criação e na criação artístico-humana.
É bom sentir-te na verdadeira arte (cristã ou não), na beleza e, incrivelmente, na feiúra.
Ah, DEUS...
Sem palavras
0 comentários:
Postar um comentário