Ah, esse Deus que sirvo.
Meu novo Deus é brincalhão e teimoso. Teima em me amar, teima em querer me ver bem. Teima em me querer bem. É um brincalhão porque me faz poesias. Deu-me poucos , mas bons amigos. Com eles dou muitas risadas. Deu-me uma mulher maravilhosa, de quem não sou dono. E uma filha lindona e delicada. Com elas tenho poesia ao longo do dia.
Mas duas coisas me relembram esse Deus poético: os livros e as músicas.
Semana passada, em meio às turbulências da vida, Ele me fez chorar. Descobri um cantor de primeira grandeza. Um artista mesmo e não só mais um músico.
Vander Lee, com sua mineirice, fez a oração que eu gostaria de fazer para o meu Deus. Quando desci do ônibus, estava em prantos. Tive de me controlar para não fazer tanto fiasco.
Se eu não tivesse conhecido esse novo Deus nem saído do fundamentalismo cristão jamais teria conhecido essas pérolas da riquíssima música brasileira.
Vamos à música que me tocou – com letra e vídeo.
Salve, Vander Lee!!!
Dá-me direito ao açoite
Ao ócio, ao cio
À vadiagem pela rua
Deixa-me perder a hora
Pra ter tempo de encontrar a rima
Ver o mundo de dentro pra fora
E a beleza que aflora de baixo pra cima
Ó meu Pai, dá-me o direito
De dizer coisas sem sentido
De não ter que ser perfeito
Pretérito, sujeito, artigo definido
De me apaixonar todo dia
De ser mais jovem que meu filho
E ir aprendendo com ele
A magia de nunca perder o brilho
Virar os dados do destino
De me contradizer, de não ter meta
Me reinventar, ser meu próprio Deus
Viver menino, morrer poeta
Que maravilha é, agora, a poesia cantada pelo próprio autor.
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