Levi Nauter
O pastor Gondim, como tantas outras pessoas, conseguem ver consistência e profundidade na obra de Paulo Freire, na minha opinião, o maior educador brasileiro. Isso fica claro no texto a seguir - publicado em seu sítio (www.ricardogondim.com.br). Leiamos:
Pérolas (semi) roubadas.
Eu pouco conhecia Paulo Freire. Volto atrás. Lógico que eu conhecia sua reputação como um dos mais respeitados pedagogos brasileiros, que revolucionou a educação. Confesso, entretanto, que não lera suas teorias.
Aconteceu da Gladys, membro da Betesda e esposa do Ricardo Faria, meu xará, ser amiga de uma das filhas do Paulo Freire; e uma especialista em seus métodos educacionais.
Desde sempre a Gladys propôs que adotássemos o método Freire na educação religiosa da nossa igreja. Aí, comecei a ler “Pedagogia do Oprimido” e me deslumbrei. Depois de iniciado em Paulo Freire, chego a radicalizar: Ele precisa ser leitura obrigatória em todos os seminários e cursos para professores de catecismo.
Em “Educação e mudança” (Editora Paz e Terra, p 40) Paulo Freire lista 9 características da “Consciência Ingênua”.
Como acredito que um dos males da atual cultura religiosa nacional vem exatamente de sua ingenuidade, achei que deveria “roubar” essas pérolas e publicá-las:
1. Revela uma certa simplicidade, tendente a um simplismo, na interpretação dos problemas, isto é, encara um desafio de maneira simplista ou com simplicidade. Não se aprofunda na casualidade do próprio fato. Suas conclusões são apressadas, superficiais.
2. Há também uma tendência a considerar que o passado foi melhor. Por exemplo: os pais que se queixam da conduta de seus filhos, comparando-a ao que faziam quando jovens.
3. Tende a aceitar formas gregárias ou massificadoras de comportamento. Esta tendência pode levar a uma consciência fanática.
4. Subestima o homem simples.
5. É impermeável à investigação. Satisfaz-se com as experiências. Toda concepção científica para ela é um jogo de palavras. Suas explicações são mágicas.
6. É frágil na discussão dos problemas. O ingênuo parte do princípio de que sabe tudo. Pretende ganhar a discussão com argumentações frágeis. É polêmico, não pretende esclarecer. Sua discussão é feita mais de emocionalidades que de criticidades: não procura a verdade, trata de impô-la e procurar meios históricos de convencer com suas idéias. É curioso ver como os ouvintes se deixam levar pela manha, pelos gestos e pelo palavreado. Trata de brigar mais, para ganhar mais.
7. Tem forte conteúdo passional. Pode cair no fanatismo ou sectarismo.
8. Apresenta fortes compreensões mágicas.
9. Diz que a realidade é estática não mutável.
Paulo Freire, também dá as características da “Consciência Crítica”. (Ah, meu Deus, como precisamos delas, no pequenino quintal religioso nacional).
1. Anseio de profundidade na análise de problemas. Não se satisfaz com as aparências. Pode-se reconhecer desprovida de meio para a análise do problema.
2. Reconhece que a realidade é mutável.
3. Substitui situações ou explicações mágicas por princípios autênticos de casualidade.
4. Procura verificar ou testar as descobertas. Está sempre disposta às revisões.
5. Ao se deparar com um fato, faz o possível para livrar-se de preconceitos. Não somente na captação, mas também na análise e na resposta.
6. Repele posições quietistas. É intensamente inquieta. Torna-se mais crítica quanto mais reconhece em sua quietude a inquietude, e vice-versa. Sabe que é na medida que é não pelo que parece. O essencial para parecer algo é ser algo; é a base da autenticidade.
7. Repele toda transferência de responsabilidade e de autoridade e aceita a delegação das mesmas.
8. É indagadora, investiga, força, choca.
9. Ama o diálogo, nutre-se dele.
10. Face ao novo, não repele o velho por ser velho, nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em que são válidos.
Considero Paulo Freire um homem à frente do seu tempo, com uma contribuição que extrapola o universo escolar. Seus princípios seriam muito bem vindos nos bancos e púlpitos das igrejas. (Posso ouvir um amém?)
Aconteceu da Gladys, membro da Betesda e esposa do Ricardo Faria, meu xará, ser amiga de uma das filhas do Paulo Freire; e uma especialista em seus métodos educacionais.
Desde sempre a Gladys propôs que adotássemos o método Freire na educação religiosa da nossa igreja. Aí, comecei a ler “Pedagogia do Oprimido” e me deslumbrei. Depois de iniciado em Paulo Freire, chego a radicalizar: Ele precisa ser leitura obrigatória em todos os seminários e cursos para professores de catecismo.
Em “Educação e mudança” (Editora Paz e Terra, p 40) Paulo Freire lista 9 características da “Consciência Ingênua”.
Como acredito que um dos males da atual cultura religiosa nacional vem exatamente de sua ingenuidade, achei que deveria “roubar” essas pérolas e publicá-las:
1. Revela uma certa simplicidade, tendente a um simplismo, na interpretação dos problemas, isto é, encara um desafio de maneira simplista ou com simplicidade. Não se aprofunda na casualidade do próprio fato. Suas conclusões são apressadas, superficiais.
2. Há também uma tendência a considerar que o passado foi melhor. Por exemplo: os pais que se queixam da conduta de seus filhos, comparando-a ao que faziam quando jovens.
3. Tende a aceitar formas gregárias ou massificadoras de comportamento. Esta tendência pode levar a uma consciência fanática.
4. Subestima o homem simples.
5. É impermeável à investigação. Satisfaz-se com as experiências. Toda concepção científica para ela é um jogo de palavras. Suas explicações são mágicas.
6. É frágil na discussão dos problemas. O ingênuo parte do princípio de que sabe tudo. Pretende ganhar a discussão com argumentações frágeis. É polêmico, não pretende esclarecer. Sua discussão é feita mais de emocionalidades que de criticidades: não procura a verdade, trata de impô-la e procurar meios históricos de convencer com suas idéias. É curioso ver como os ouvintes se deixam levar pela manha, pelos gestos e pelo palavreado. Trata de brigar mais, para ganhar mais.
7. Tem forte conteúdo passional. Pode cair no fanatismo ou sectarismo.
8. Apresenta fortes compreensões mágicas.
9. Diz que a realidade é estática não mutável.
Paulo Freire, também dá as características da “Consciência Crítica”. (Ah, meu Deus, como precisamos delas, no pequenino quintal religioso nacional).
1. Anseio de profundidade na análise de problemas. Não se satisfaz com as aparências. Pode-se reconhecer desprovida de meio para a análise do problema.
2. Reconhece que a realidade é mutável.
3. Substitui situações ou explicações mágicas por princípios autênticos de casualidade.
4. Procura verificar ou testar as descobertas. Está sempre disposta às revisões.
5. Ao se deparar com um fato, faz o possível para livrar-se de preconceitos. Não somente na captação, mas também na análise e na resposta.
6. Repele posições quietistas. É intensamente inquieta. Torna-se mais crítica quanto mais reconhece em sua quietude a inquietude, e vice-versa. Sabe que é na medida que é não pelo que parece. O essencial para parecer algo é ser algo; é a base da autenticidade.
7. Repele toda transferência de responsabilidade e de autoridade e aceita a delegação das mesmas.
8. É indagadora, investiga, força, choca.
9. Ama o diálogo, nutre-se dele.
10. Face ao novo, não repele o velho por ser velho, nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em que são válidos.
Considero Paulo Freire um homem à frente do seu tempo, com uma contribuição que extrapola o universo escolar. Seus princípios seriam muito bem vindos nos bancos e púlpitos das igrejas. (Posso ouvir um amém?)
Soli Deo Gloria.
Também acho que todo o que se autodenomina educador cristão deve ler Paulo Freire. Paulo Freire e cristianismo tem tudo a ver.
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