férias 2009

Levi Nauter



Essa é a época que, em geral, os professores têm um pouco de descanso dos afazeres cotidianos – que, é bom dizer, ultrapassam os dias ou as horas de efetivo trabalho. É necessário fazer outras coisas, distrair-se, brincar e viver intensamente cada minuto das férias escolares.
Particularmente, vou descansar mesmo só em fevereiro. Até lá muito trabalho nas escolas e em casa. Mas o único lugar em que vou acelerar será em casa. Tudo para curtir todos os momentos da gravidez da Lu.

Assim, meus blogs estarão devagar. Certamente vou continuar escrevendo. Há textos que inicio e não termino. São os meus abacaxis de verão. Tenho um texto, por exemplo, sobre igreja que há dois anos nos enfrentamos. Ele tem vencido a batalha. Há muito para arrumar.
Postarei textos com mais vagar que o normal. Permitam-me viver.

Mas, como o humano é contraditório, pode ser que justamente agora eu me empolgue e acabe por postar muito mais. Não sei.
Veremos.


Enquanto isso, FELIZ 2009 a todos os leitores.

feliz natal

[desintoxicação 2 – sugestão de leitura] – levi nauter

Levi Nauter







Demorei quatro dias para ler e 'comer' o e-book “Neuroses eclesiásticas...1. Este livreto (chamo-o assim pelo tamanho e não pelo conteúdo) é do pastor, professor e teólogo Karl Kepler. Eu odeio títulos; no entanto, aqui parece-me importante frizar a atuação e a formação do autor para indiretamente dizer da boa fundamentação do livro. Ou seja, a obra baseia-se na prédica e na prática, na experiência que advém da leitura teórica, calcada na mesma experiência que vem da leitura do mundo, do estar vivo. Das interações entre esses processos.

Sou um leitor chato, bem chato. Sempre que leio algum livro ou alguma obra2 fico como que 'no pé' do autor ou do narrador a fim de verificar sua coerência ao longo do que está sendo dito. Desta forma, rabisco, faço anotações, consulto dicionários, brigo ou me emociono com o texto. Não faço isso pelo mero prazer de captar erros ortográficos ou contradições sutis, mas porque assim cresço; assim é que leio as entrelinhas, o por trás das palavras – o que eventualmente está para ser desvelado.

O que me atrai num livro que pretende ser obra é a humildade que vai aparecendo no decorrer do texto. Karl começa agradecendo “às várias pessoas que contribuíram para este esforço de auto-exame...”, isto é, uma obra escrita nunca é solitária e sim fruto de coletividade(s) . Em seguida, na pág. 2, deixa claro que “...tem a esperança de ajudar-nos...”; não há, portanto, promessas mas intenções. Já no corpo do livro – propriamente dito – ele reconhece: “minha capacidade é bastante limitada” (p. 3). Acho importante esses reconhecimentos porque eles dizem muito da prepotência ou não do autor. Incomoda-me um livro que propõe a descoberta da roda, ou aqueles que afirmam que, após a leitura, 'sua vida não será mais a mesma' e, no entanto, lemos e continuamos os mesmos. A humildade chega mais perto do leitor e por isso impactua, sem dizer. Ela também aceita o contraponto, o diálogo e não o monólogo.

Continuando, Neuroses Eclesiásticas... subdivide-se em dois tópicos: I- as más notícias e II- as notícias boas. Na primeira parte é feita uma espécie de foto áerea da igreja, com algumas tomadas de imagens de eventos importantes do momento de culto no templo (como, por exemplo, a pregação, o louvor e a adoração). Por que existe essa avalanche de más notícias? Karl propõe um “diagnóstico tentativo” que nos leva ao medo. Medo de Deus. Em algum ponto da nossa caminhada cristã houve uma confusão entre temer e ter medo. Ficamos com a última hipótese. Ocorre que muitos não admitem esse medo. Preferem crer que têm o temor com tremor. Mas a experiência clínica de Karl (que é psicólogo) termina por nos desvelar quem somos – mesmo que não admitamos.

A segunda parte da obra é um alento para os que já perderam ou estão prestes a perder a esperança com a igreja. É uma ode aos cansados de igreja, um alívio aos que vêm martelando suas consciências por títulos (como os de 'desviados') empregados pela teologia do medo. Fica claro que a obra é de crente pra crente. No entanto, esse alívio e essa ode não vêm em forma de apologia para que se abandone essa ou aquela denominação cristã. Vêm para que, ao contrário, se tenha uma transcendência a todo tipo de nomenclatura e se vá mais fundo na ponderação de tudo aquilo que nos ensinaram, ensinam ou ensinarão a respeito do que seja servir a Deus. Aliás, servimos ou somos filhos de Deus? - essa questão está lá posta (p. 20).


Merece destaque a exposição que o autor se faz nas páginas. Não se exclui das dúvidas, nem sonega do leitor as descobertas pelas quais foi passando, o que nos impulsiona, se não pelo conteúdo teológico, pela curiosidade de saber aonde ele foi parar. Desmitifica (e desmistifica) assuntos superficialmente ou vesgamente tratados em algumas igrejas evangélicas – sobretudo as neopentecostais (a santificação me parece o exemplo mais significativo).

Uma obra que merece ser lida porque faz um severo e claro exame da nossa condição de cristãos na contemporaneidade. Leiamos:

As pessoas de fora da igreja consideram o crente como 'aquele que não faz isso, não participa daquilo, não prova daquiloutro', ou seja, uma identidade negativa. O crente é visto como um ótimo funcionário, bom trabalhador, mas péssimo para se conviver, sem disposição de se sociabilizar” (p. 5)


Ao criticar a hierarquia (que algumas igrejas, pelo menos aqui no Sul, chamam de autoridade) eclesial o autor nos informa que o efeito é ampliar “no cristão comum, aquele sentimento de pequenez, de incapacidade própria”(p. 6). Eu diria, ampliando, que esse efeito se estende aos meandros da nossa atuação na sociedade, temos medo de nos expor. Então, “comportamo-nos como crianças com medo de se arriscar: melhor não se envolver com essas coisas...” (p. 10).

Há uma denúncia contundente na obra que merece destaque – até porque sou parte dessa estatística:

...muitos, na busca por um crescimento e amadurecimento (que equivale a dizer na busca de mais verdade), tiveram de sair da igreja, pois não podiam ser verdadeiros e maduros lá dentro. Triste situação, mas infelizmente cada vez mais comum...” (p. 16)


É bom que se diga que tal denúncia não vem solta, sem contexto. Ademais, o autor friza seu descontentamento no mesmo momento em que denuncia. E, prosseguindo com a leitura, vamos notar que parece existir um situação na qual a melhor saída (ainda que provisória) será dar uma espécie de tempo. Afinal, a hierarquia eclesial dificilmente não atrela questionamentos e indagações com rebeldia. E, paradoxalmente, nosso sentimento de pequenez está mais ante a figura de um pastor, por exemplo, do que com Deus. Isto significa dizer que sabemos (ainda que de maneira superficial ou sem muita certeza) que Deus não nos abandona; já a pastorada...

Parece-me que nesse contexto fica ótima a (re)lembrança que o autor nos faz: “Deus é seu Pai, não seu dono ou empregador”. E mais: “só podemos brigar com alguém próximo com certeza de não sermos expulsos de sua convivência se sentirmos que o vínculo está garantido, que há de fato amor” (p. 21).

É extremamente importante encontrar obras como essa. Para quem, como eu, está passando por um período de desintoxicação religiosa, nada mais prazeroso, confortante e alentador sabermo-nos todos, sem exceção, pecadores, carentes da graça e da misericórdia de Deus. Isso são boas-novas. Infelizmente as mensagens dos domingos em muitas igrejas são como o Domingão do Faustão, cheias de atrações que servem para pouca coisa.

Meu domingo ficou muito melhor enquanto lia Neuroses Eclesiásticas e, depois, quando ouvi a bela voz da também bela Céu cantando a música '10 contados' (composição da própria cantora junto com Alec Haiat). Parecia Deus fechando o dia com chave de ouro, dizendo que tudo estava sob controle. Observemos a letra da música:


Meu amor não se atrase na volta não
Meu amor não, não, não
Meu amor não se atrase na volta não
Meu amor, meu amor, meu amor, quem mandou?

Mandei uma mensagem a jato às entidades do tempo
Já me foi verificado que nem mesmo haverá segundos
Que os minutos foram reavaliados e que pra cada suspiro serão 10 contados


É, há tempo pra tudo – como já nos adiantava o sábio em Eclesiastes 3.1-8.




Para quem quiser ouvir a música

http://www.youtube.com/watch?v=W9-skxDQvqk




notas

1Disponível em http://www.cppc.org.br/textos/Neuroses Eclesiasticas.pdf

2Esse é um tópico muito pessoal, não sei se existe teoria a respeito. Como não fico preso a essa burocracia acadêmica, fiz minha própria opção. LIVRO é aquilo que está publicado (no papel ou na internet, por exemplo) e tem alguma intenção junto ao leitor. OBRA é igualmente isso, o diferencial é ter a capacidade de perpetuar-se devido ao conteúdo que aborda, a forma como expõe tal matéria e/ou as implicações que provoca no leitor/leitora. Portanto, exclusivamente neste aspecto, nem todo livro será obra, mas toda obra será um livro. É um conceito de leigo, mas que – para mim – vem funcionando. Considero-me chato porque opto por continuar a leitura de obras.

A ficção não se encaixa nesse parâmetro, uma vez que considero que arte é arte – não tem compromisso de mudar nada. Apenas representa, sugere, mostra, questiona, apanha. Na arte a estética me parece mais importante. Mas, apesar de tudo, não consigo descartar uma ideologia. Para mim, não existe obra (livro, arte etc) neutra.



GRAVIDADE 6 - agora sim


Levi Nauter


(...)Fecha os zóio e drome,
Minina, minininha,
A noite assa bolo,

No forno da cozinha.

Drome, minininha,
Papai num tá aqui,
Enfeita a noite preta
Com zóio de rubi.

Drome, minininha,
Mamãe foi trabaiá,
Lavá a noite suja.
Com as água do luá.
...
Sossega, minininha,
Sossega, tá na hora,
Logo vão se abri
Os zóio da Orora.

Sérgio Capparelli



Doze de doze, de dois mil e oito. Treze horas. Estávamos ansiosos. A Lu gelada; eu, quente. Pensamos nas dificuldades existentes no mundo infantil. Nossos trabalhos docentes em escolas com educação infantil deixam-nos frente a frente com as mazelas humanas. Mas também de cara com as virtudes da meninada que se sobressai a todos os problemas. Talvez por isso o conselho de Cristo a que sejamos como criança.

E nós lá, cheios de emoção. Nossos olhos lacrimejavam; nossas mãos entrelaçadas unia nosso espírito e fortificava nossa esperança num Deus que é perfeito.

Incrível como – nessas horas – cinco minutos parecem uma eternidade.

Chegamos na sala. Aparelhos ligados, médico colocado. Começa a ecografia.


A criança não pára com as cambalhotas. Ergue as mãozinhas, os pezinhos, boceja e até soluça. Mede aproximadamente 26 centímetros e tem um peso enorme: 400 gramas. O coração é potente, os ossos estão nos seus devidos lugares. Tudo está bem.

Com essas primeiras informações o pai e a mãe, marinheiros de primeira viagem, estavam derretidos; só chorávamos e nem piscávamos tal era a nossa concentração diante da tela. Uma emoção indizível.

Saímos extasiados da sala. Com os olhos inchados, ao mesmo tempo ríamos e chorávamos. O mundo parecia ter parado. Nada mais pareceu importante por alguns instantes. Enquanto nos dirigíamos para um bom almoço, comentávamos sobre o quanto Deus fora maravilhoso conosco. Sua mais recente demonstração de amor e seu maior presente de natal, para mim e para Lu, foi essa menina. Linda!!!!!!!!!!!!!!!!

Ela será maravilhosa, conselheira, mulher forte, a princesa da nossa casa.


Será a Maria Flor Oliveira de Mira




NOTA

O epíteto é um trecho da poesia "drome, minininha!", publicada na obra "111 poemas para crianças", do professor Sérgio Capparelli, publicada pela L&PM, em 2006 (5ª ed).


às flores da minha vida 2


Teus olhos são como a luz da lua
E a Tua voz como o som do mar
O Teu silêncio é o meu refúgio
E o meu conselho pra caminhar.

No Teu abraço renasce o sonho
No Teu carinho desfaço a dor
Por mais que eu tente viver a vida
Não tem mais jeito sem Teu amor.

Raio de sol, maravilha
Meu bem querer, minha flor
Minha mulher, minha doce amiga
Presente de Deus e do Seu amor.


[trecho da linda música Raio de Sol, composição do excelente João Alexandre. A canção é belamente cantada no CD Família]

em busca do Deus perdido

Trechos da obra "Perguntaram-me se acredito em Deus", do sempre bom Rubem Alves, editora Planeta, 2007.


As Escrituras Sagradas são um livro cheio de cacos. Nelas se encontram poemas, estórias, mitos, pitadas de sabedoria, relatos de acontecimentos, poemas eróticos, eventos sangrentos. Ao ler as Escrituras comportamo-nos como um artista que seleciona cacos para construir um mosaico ou como um compositor a compor sua sonata. (p. 16)

Cada religião é um mosaico, um jeito de ajuntar os cacos. (p. 17)

É preciso esquecer os nomes de Deus que as religiões inventaram para encontrá-lo sem nome no assombro da vida. (p. 55)

A pergunta não deveria ser 'Você acredita em Deus?', mas 'Você se comove com a beleza?' Deus nunca foi visto por ninguém. Ele se mostra na experiência da beleza. (p. 56)

A palavra é o começo de tudo. Com a palavra o universo começou. Com a palavra nós começamos. Somos poemas encarnados. Somos as estórias que moram em nós. (p. 95)

evangelize - Levi Nauter


LNM



Um folheto de (pseudo)evangelismo ontem. Mas ela não se converteu. Uma professora de (...) não se rende assim tão facilmente a um folheto, ainda mais com as características daquele.

Chegou em casa, entregou-me a 'joinha'. Também não me converti. Sou um osso duro e minha idade já não me deixam encurvar para qualquer foto ou mensagem.



Um homem de branco em meio a uma multidão. Os braços abertos. Seu nome inscrito em letras notáveis. A menção a Deus era apenas um subterfúgio para falar de si. A multidão nada falava, não retrucava, era inquestionável. Qualquer coisa dita ressoava sem anti-inculcação. A multidão era feita de muletas, cadeiras de rodas e aparelhos ortopédicos. O homem de branco é o missionário que fala aos inertes.

Todos nós sabemos que Deus é amor. Não carecia uma igreja com esse nome. Só Deus é soberano, não precisa aparecer o nome do missionário em todas placas de igrejas. Tampouco é necessário saber que existe um templo – feito com vários e vários dez por cento – com nome pomposo. Mas há líderes que precisam ser necessários. Quando é preciso colocar num folheto as fotos de um cara 'pregando' para cadeiras de rodas é porque a coisa está feia. Lógico que tanto o líder quanto os seus seguidores (nem sempre fiéis) não vão admitir que algo está podre. Mas há algo de podre no Reino de Deus e a culpa não é do Todo-Poderoso.

Os doentes são os membros dessas igrejas. Esses aparelhos de deficiência escondem a deficiência interna. A falta de discernimento, a falta de usar aquilo que Deus nos colocou e que só nosso: a massa encefálica. A muleta, a cadeira de roda, podem ser a falta de autonomia. Mas a muleta e cadeira de roda continua de modo invisível. A cadeira de rodas passa a ser o banco da igreja que me exige sentar diariamente em três 'grandes concentrações'. A muleta passa a ser a dependência na fala do tal líder. Despojo-me da minha sagrada autonomia, do meu divino livre-arbítrio para virar papagaio. Minha fala passa a ser o eco do meu missionário. Que tristeza!!!

Em vez de ser apenas um doente, morro; desfaço de mim. Eu não sou mais eu, o líder vive em mim. Passo a morar no mundo, mas não me considero desse mundo. Mais que isso: o mundo que se dane, que se exploda. Todo o resto (pessoas que pensam diferente, o meio ambiente etc.) passa a ser 'Soraia'. Meu 'hino' preferido? “Eu quero ver Soraia queimada...”. Voto por votar, desmato meu terreno e deixo minha casa toda calçada. Não ouço música do mundo. Não uso roupa do mundo. Não compactuo com esportes, nem com humor, nem com leituras para além da Bíblia. Adoro catástrofes, amo fogo. Fico feliz em ver pessoas morrendo – aqui no meu país ou no exterior (essa gente incrédula não tem serventia). Quero aproveitar o êxtase do provir no agora: grito histericamente quando meu líder fala, ou – se não grito – sigo suas intruções ipsis literis; não entendo bulhufas o que ele diz, mas é o que quero ouvir. Para mim o viver é o meu líder. Sua espiritualidade me atrai, tudo nele me atrai. Sou tarado por ele. Morri por ele. Vivo na sombra.

Santa ironia...




desintoxicação 1 - trilha sonora

Levi Nauter


Estou vivendo um período que estou chamando de "desintoxicação". Noutro momento explico melhor o termo - na concepção que pretendo utilizá-lo.

Por ora, basta dizer que há uma trilha sonora evangélica lá em casa. de tempos em tempos eu retomo o CD e começo a ouví-la. Trata-se de "Un viaje largo", da potente Marcela Gandara - cantora mexicana, estudante nos EUA. Sua voz linda atrelada a uma magnífica letra fazem meus momentos de solidão mais próximos do Deus que eu sirvo. Quando penso nas críticas que recebo (ou por e-mail, ou pelo blog ou, ainda, pessoalmente) também penso que nasci para esse tempo. Nasci na pós-modernidade, chamada por outros de modernidade atrasada. Resta-me assumir essa condição. Meu mundo momentâneo é esse que, às vezes inexplicavelmente, beira o caos. Nele preciso ser luz, nele preciso ser sal. Nele preciso ser eu. Para que isso aconteça a Gandara me relembra - de quando em quando - meu valor para Deus. Leiamos a poesia da canção:

Ha sido largo el viaje pero al fin llegué.
La luz llegó a mis ojos aunque lo dudé.
Fueron muchos valles de inseguridad los que crucé.
Fueron muchos días de tanto dudar, pero al fin llegué, llegué a entender.


Que para esta hora he llegado, para este tiempo nací, en sus propósitos eternos yo me vi.
Para esta hora he llegado, aunque me ha costado creer, entre sus planes para hoy me encontré.

Y nunca imaginé que dentro de su amor.
Y dentro de sus planes me encontrara yo.
Fueron muchas veces que la timidez, me lo impidió.
Fueron muchos días de tanto dudar, pero al fin llegué, y ya te amé.



Descobrir que Deus me ama, me aceita e me compreende - em que pese meu OFF - é uma das melhores notícias de um ser vivo. Supero essa alegria, ou fica no mesmo patamar, saber da filhota que está a caminho. Outra bondade divina.








http://www.marcelagandara.com
http://www.myspace.com/marcelagandara

soundtrack natalino


levi nauter


Na falta de um artigo bem escrito, vale algumas dicas. Minha inércia tem a ver com as atividades docentes e com as atividades de um futuro pai que precisa colocar a casa em ordem antes da chegada da criança. Assim é que tenho suado a camiseta carregando terra, tijolo, cimento; negociando preços de materiais e mão-de-obra. Um sufoco. Sou um pouco pedreiro, serralheiro, marceneiro, limpador de caixa d'água, jardineiro e pintor. Bela aventura para que a casa fique do jeito que sonhamos. Ufa!



Para descançar e refletir sobre o natal, há um bom tempo venho escutando uma obra que considero primorosa. Trata-se do CD Like Christmaas all year 'round, do sempre bom e conversador Dennis Jernigan. A obra é de 1994, 'publicada' pela Shepherd's Heart Music. Gosto do Jernigan porque o considero bom músico, bom arranjador de vocais, além de pianista. Nesse disco ele compôs todas as letras e músicas. Os arranjos da orquestra ficaram quase impecáveis e os vocais não deixam a desejar. Há momentos que nos convidam para uma viagem ao som da lira, das flautas e até da harpa. Uma bela homenagem ao nosso Senhor.
Destaco algumas músicas: starry night (os arranjos ficaram lindos e a letra maravilhosa); little child - in a manger lay (dueto excelente e um belo coral); glory to God in the highest (vocais que demonstram a maestria do Dennis para arranjos de voz); hallelujah! Christ Jesus is born (linda); Jesus will reigh (a sincronia entre músicos instrumentistas e músicos vocalistas).

Quem tiver acesso ao CD ou quiser fazer download, possivelmente não irá se arrepender.




http://www.dennisjernigan.com


ler um bom livro

Levi Nauter



A Igreja vive um momento crítico. E pessoas, dizendo-se 'de Deus', têm invadido o mercado editorial propondo receitas, fórmulas; quase todas visando ao aspecto quantitativo e não qualitativo. Mas o mundo, que é o lugar onde a instituição está, não está pronto, dado, acabado. Ele é uma construção, um emaranhado de ocorrências que se cruzam, se fundem ou dicotomizam. Portanto um livro não pode ter fórmulas. Pode, isso sim, ter intenções, sugestões e propostas.


Um livreto (chamo assim pelo tamanho e não pelo conteúdo) com a cara do Brasil está à disposição de todos nós. Trata-se da obra (e vale o título) Neuroses Eclesiásticas. Nela o pastor, professor de teologia e psicólogo Karl Kepler tocas em pontos cruciais da nossa crise. Mas não toca apenas pelo prazer do sofrimento ou das más notícias. Faz isso com uma clareza incrível para relembrar-nos da função do evangelho de Cristo.


A boa notícia é que o livro está acessível a todos nós, graças ao CPPC [Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos] que desempenha – um tanto na surdina – um papel fundamental para a saúde mental da igreja.


Em vez de ler Rick Warren e companhia, leia o Karl (esse nome histórico tem muito a nos dizer).


Faça um download da obra clicando em:


http://www.cppc.org.br/textos/Neuroses Eclesiasticas.pdf


Melhor ainda será estabelecermos um diálogo 'pós-leitura'


Levi Nauter,

www.anotacoessobreumcristianismo.blogspot.com


paradinha estratégica

Levi Nauter


Minha pausa tem a ver com a correria do dia-a-dia, com minhas inconformidades, com minhas tristezas, com minhas poucas alegrias. Ando curtindo minha mulher, a criança que, crescendo, se mexe bastante. Estou desligado do mundo. Pouco vejo TV (principalmente noticiários), pouco ouço rádio. estou recolhido a minha insignificância. Mas, como diria o Zé Ramalho:

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo



duras lições - de Ricardo Gondim

Desde os meus 21 anos estou envolvido com o mundo religioso. Sem arrogância, posso afirmar que aprendi bastante sobre seus bastidores, sacristias e porões. Dizer que aprendi não significa que sou inteligente, esperto ou genial, apenas que me enfronhei nesse ambiente.

Aprendi que os religiosos, como os demais espaços institucionais, geram as” panelas” do poder. Geralmente acontece assim: alguém alcança o topo da hierarquia e se acompanha de amigos que desfrutam as benesses da posição. Os outros ambicionam chegar lá, onde o poder, a reputação, os privilégios, são diferenciados. Começam, então, as futricas. A curriola que domina faz de tudo para preservar-se e quem almeja subir, se esforça para suplantar os figurões, seja conspirando ou procurando mostrar-se mais ungido.

Aprendi que os religiosos confudem fé com credulidade e ficam furiosos quando contestados. Acreditar é sagrado, mesmo que não faça sentido ou não tenha plausibilidade com a vida. Os religiosos sabem transformar circunstâncias banais em “testemunhos fantásticos” e se contorcem para explicar tragédias horrorosas como mais um “mistérioso propósito de Deus”. (Por exemplo, estar atrasado para um compromisso e conseguir passar por três sinais de tränsito abertos é um milagre, mas a morte de milhares de crianças em Darfur, um mistério; “o barro não pode questionar o oleiro”).
Aprendi que os religiosos não têm coragem de ser honestos com suas crises internas. Mentem para si e para os outros citando textos da Bíblia, tirados do contexto e incoerentes com a experiência existencial. Tentam enganar-se repetindo que são exitosos no que fazem e experimentam; não admitem que suas vidas são, muitas vezes, uma meia-sola, mera recauchutagem da felicidade. Os religiosos adoram transformar os cultos em arenas, onde brincam de guerra ou em palcos, onde encarnam personagens míticos poderosos. Isto é, na igreja comportam-se como Hércules, que estraçalha seus inimigos ou como Fênix, que sempre ressurge das cinzas com maior vigor. A realidade, porém, os esbofeteia; negam precisar de terapia psicológica como qualquer mortal; morrem, mas não admitem que tomam ansiolítico.

Aprendi que os religiosos não levam suas lógicas até às últimas consequências. Eles temem perguntas que geram outras perguntas. Aliás, questionar entre os religiosos é sinal de rebeldia e rebelde tem parceria com o demônio. Os religiosos se sentem satisfeitos de citar um versículo (sempre fora do contexto) e dizer que, se “a Bíblia afirma assim e assim, ninguém deve entristecer a Deus com perguntas impertinentes”. Satisfeitos e acomodados com a interpretação dada por algum teólogo, contentam-se com os textos que lhes soam convenientes.

Aprendi que os religiosos só são amigos de quem pensa igual a eles. O que ousar desafiar algum dogma, torna-se persona non grata, pior que leproso dos tempos medievais. Experimentei na pele esse tipo de ojeriza. Amigos que pareciam legitimamente afetuosos, de repente, sem jamais conversarem olho no olho, passaram a espalhar sórdidos boatos a meu respeito. Rubem Alves tem razáo, os religiosos nunca mataram um pecador, eles só assassinam os que consideram herege. Estou convencido que muitos só não me mataram porque cometeriam um crime. O ódio que os alimenta, porém, é real.

Aprendi que os religiosos são egoístas e só consideram relações ensimesmadas com o divino. Eles buscam bênçãos, milagres, intervenções sobrenaturais, para terem vantagem na árdua e perigosa aventura de viver. Caso alguém diga que a resposta às suas preces precisaria se conectar com toda a humanidade; com os miseráveis nos campo de exilados, com as crianças africanas que passam fome, a resposta seria: “E eu com isso?. Os religiosos se isolam da sorte humana. Egocêntricos, não conseguiriam explicar a graça e a justiça divina, caso recebessem o que acabaram de pedir.
No final dos meus 54 anos, aprendi sobre religião o suficiente para distanciar-me dela. Por isso procuro, constantemente, manter-me apaixonado pelo Evangelho. Afinal de contas, os religiosos conspiraram e mataram Jesus.


Soli Deo Gloria

GRAVIDADE 5 – tantas emoções


Levi Nauter



A preocupação com a eloqüência e a necessidade de mostrar talento tirou o sangue de muitos! Sêneca



Ontem tive a maior experiência da minha vida. Vi a criança que nascerá a partir do final de abril dando cambalhotas. Segundo o médico, possivelmente será uma menina, a Maria Flor. Foi lindamente emocionante. Os bracinhos, as perninhas, a cabeça, sobretudo o nariz. Lindai! O médico tocava na barriga a fim de um ângulo melhor, a Flor dava uma espécie de pulinho ou fazia uma cambalhota. Nós, pais, abobalhados, emocionados, assistíamos. O coração a mil: 170 batimentos por minuto, parecia um temporal.

Que presente de Deus! Que Deus perfeito, sabe direitinho como emocionar a gente. Ver aquele pequeno ser foi para mim um deslumbre da glória divina. Aproximadamente doze centímetros fazendo a nossa felicidade.

Não havia nenhuma cambalhota de mais. Ela não disse uma palavra. O momento foi simples e singelo. Nada de eloqüência. Apenas pulinhos, apenas brincadeira, apenas a celebração da vida.

Embasbacado, lembrei do Drummondii:


“Como fazer feliz meu filho?

Não há receitas para tal.

Todo o saber, todo o meu brilho

de vaidoso intelectual


vacila ante a interrogação

gravada em mim, impressa no ar.

Bola, bombons, patinação

talvez bastem para encantar?

(...)

Eis que acode meu coração

e oferece, como uma flor,

a doçura desta lição:

dar a meu filho meu amor.


Pois o amor resgata a pobreza,

vence o tédio, ilumina o dia

e instaura em nossa natureza

a imperecível alegria.”


Saimos do consultório felizes, rindo e chorando. Somos três: eu, a Lu e, ao que tudo indica, a Maria Flor.

Duas flores da minha vida.




iAté confirmação contrária, utilizarei o gênero feminino. Afinal, há mais probabilidade de eu errar do que um médico acostumado com ecografias cometer tal gafe – ainda que não se possa descartar.

iiOs trechos selecionados são da poesia Diante de uma criança, do mestre Carlos Drummond de Andrade. Da obra Poesia Completa – conforme as disposições do autor, publicada pela Editora Nova Aguilar, Rio de Janeiro – em 2002, numa parceria com a Bradesco Seguros.


FOTO: da minha amada Lu de Mira.

GRAVIDADE 4 - a música para criança

Levi Nauter







Ontem, 12 de outubro, foi um dia atípico para mim e para a Lu. Grávidos, resolvemos passar o dia ouvindo música infantil. Adriana Partimpim, Palavra Cantada e grupo Cuidado que Mancha fizeram parte das audições. Um dia antes, assistimos ao programa Vitrine (TV Cultura) que entrevistou Paulo Tatit e Sandra Peres, as, digamos, cabeças pensantes do Palavra. Tanto o canal já citado quanto a TV Brasil montaram uma grade de programação bem interessante no dia dos pequenos. Foi um momento especial. Treze anos de casado, ansiando por esse momento. Enquanto acarinhava a barriga que se sobressai na Lu ouvíamos a peça 'A família sujo', do grupo Cuidado...

Parecia que estávamos num teatro, com nosso filho ou nossa filha. O CD da Adriana rodou pelo menos duas vezes e nós dois catávamos como se estivéssemos num estádio de futebol – sabíamos todas as letras e cantávamos eufóricos. O Brasil é ótimo e os nomes citados (provavelmente existem outros poucos, mas não os conheço) cantam letras inteligentes.


Nossa alegria durou pouco. Por volta de onze da manhã uma igreja perto da minha casa anuviou o dia ensolarado cuja brisa saudava-nos diretamente no rosto. A partir desse momento uma tristeza começou a tomar conta de mim. Até aquele momento ouvira músicas bem pensadas, ouvira uma arte de essência. Porém naquela hora eu e meus vizinhos fomos obrigados a esquecer a criancice, tivemos de largar a poesia infantil, o lado bom de ser criança. E óbvio que não digo isso por desdenhar o papel da fé nos babys. Também não digo isso por achar que as crianças não mereçam um dia pensado de maneira mais estratégica. Falo justamente porque elas merecem esse dia. E merecem algo bom, estrategicamente bem pensado e esteticamente belo.

Com a programação da igreja senti-me na Austrália.

Todo o instrumental foi microfonado e colocado na frente do templo. Ou seja, não havia escolha: ou se ouvia ou se ouvia a programação. Australiana.

Nunca ouvi tanta versão do Hillsong United num dia só. Quando pensei que havia acabado a afronta aos pequeninos, começou a sessão Fernandinho. “Eu quero ir bem mais alto...” só poderia instigar as crianças a quererem uma roda-gigante. Num dado momento fui obrigado a fazer uma oração de contraponto: o pessoal cantava “Faz chover” e eu 'orava' “Não faça chover, não dê ouvidos a esse pedido, o dia tá maravilhoso”. Acho que Deus me ouviu. Não choveu.

Minha tristeza foi pelo conteúdo das músicas escolhidas. Completamente fora da realidade dos pequenos. Foi uma insanidade cantar algumas coisas do Fernandinho que nunca foram pensadas no contexto infantil. Um absurdo ter que ouvir guitarras distorcidas tocando, desafinada e descompassadamente, King of majesty. Era um conjunto de vozes e instrumentos que oscilavam entre afinação e desafinação. Mas, tudo em alto volume. Os esquetes eram para 'tentar' ganhar um descrente, nada tinham a ver com o dia da criança. Que pena!

A única música que ouvi que tinha algum sentido era a monótona:

Havia um homenzinho torto
Morava numa casa torta
Andava num caminho torto
Sua vida era torta
Um dia o homenzinho torto
A bíblia encontrou
E tudo que era torto
Jesus endireitou.

Até essa os músicos conseguiram dar uma estragadinha básica. Coitadas das crianças.

Sinto pela minha falta de 'amor', mas bestializaram um dia especial. Eu acho que até Deus estava mais afim de ouvir “Lig-Lig-Lig-Lé” (da Partimpim) ou “Criança não trabalha” (do Palavra...). Mas 'homenzinho torto'...


Algumas mentalidades, pelo que observei, pensam que criança tem de ser um mini-adulto. Não pode brincar, correr, gritar, dançar (a não ser que tire o pé do chão), fazer querrinha, entre outras coisas. Eu quero que meu filho ou minha filha brinque muuuuuuuuuuiiiiiiiiiitttttttoooooooo.

Minha opção será apresentar-lhes músicas que falem da vida infantil, das brincadeiras, da gostosura de ser criança. Querer ir mais alto ou mais fundo, ou dizer que tem sede de justiça e não de refri ficará para uma outra oportunidade. Vamos ser criança. E brincar é aproveitar esse momento que Deus criou para se ser criança quando se é criança. A criança precisa saber que tem um Deus mas tem de esquecê-lo para brincar sem medo. Sem medo é brincar despreocupadamente; sem ter que fazer coreografia pra Jesus, cantar pra Jesus, brincar, pular, dançar, tudo pra Jesus. Chega, pô.

Deixe a criança brincar por brincar. Deixe ela ser feliz.


Que desejamos para os nossos filhos? Que eles sejam felizes. Sorrimos ao vê-los por aí a correr, a pular, a cantar, a brincar, pensando nas coisas de criança. Mas enquanto brincam e riem eles não pensam em nós. Se um filho, ao se levantar, viesse até você e o elogiasse, e agradecesse porque você lhe deu a vida e jurasse amor para sempre, e fizesse a mesma coisa na hora do almoço, e repetisse os mesmos gestos e palavras ao meio da tarde, e de noite fizesse tudo de novo, suspeitaríamos de que alguma coisa não está bem. O que desejamos é que eles gozem a vida sem pensar em nós. Quem pensa demais e fala demais sobre Deus é porque não o está respirando. A fala indica uma ausência.”1


Que tal?








1Rubem Alves em Perguntaram-me se acredito em Deus. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007 (2ª reimpressão). Pág. 53/54






GRAVIDADE 3 - aventura

Levi Nauter



Muitas vezes a poesia é a melhor mensagem quando as palavras fogem. A primeira vez (há cerca de um ano) que ouvi a música transcrita – cantada pela linda Marcela Gandara – chorei. Eu só estou vivo pela infinita misericórdia divina. Deus é a fonte da minha vida. Ele pôs perto de mim a Lu, uma mulher fantástica que muito me ensina. Não bastasse isso, vem mais um professor ou uma professora: o João Vítor ou a Maria Flor.


Ah, Deus, assim eu não agüento!!!



Es una aventura - Marcela Gandara

Y es una aventura conocerte,
Caminar y obedecerte, y vivir por ti.
Es una aventura estar contigo,
Caminar y ser tu amigo, y vivir por ti.
Y es una aventura cada dia si te tengo a ti,
Si te tengo a ti.

Es una aventura, el mar puedo cruzar,
Camino sobre el agua, si tu conmigo vas,
Es una aventura cruzar por el umbral,
Que lleva a lo imposible si tu conmigo vas,
Si tu conmigo vas.

Es una aventura que no acaba,
Al confiar en tu palabra y seguirte a ti,
Es una aventura cuando creo sin importar
Lo que yo veo por que estas ahi,
Es una aventura cada dia si te tengo a ti,
Si te tengo a ti.

Es una aventura, el mar puedo cruzar,
Camino sobre el agua, si tu conmigo vas,
Es una aventura cruzar por el umbral,
Que lleva a lo imposible si tu conmigo vas,
Camino sobre el agua, si tu conmigo vas,
No hay nada imposible si tu solo tu,
Si tu conmigo vas.



Links para saber mais da mexicana:

Com vídeo: http://letras.kboing.com.br/marcela-gandara/es-una-aventura/

A música com mais qualidade: http://www.youtube.com/watch?v=w0vFn-AwgzY

Site: www.marcelagandara.com



sobre Fred Hammond - Levi Nauter

Levi Nauter


No texto “em off” citei Fred Hammond, baita cantor, compositor e instrumentista.

Nesta quarta-feira, dia 01-10-08, resolvi rever um DVD que possuo dele. Foi um dia muito especial. Deus parecia estar literalmente dentro da minha casa. Que coisa maravilhosa. Chorei como poucas vezes vendo um DVD cristão.


Para meu alívio, na música que mexeu comigo, Hammond fez um comentário antes de cantar a bela música Simply Put. Para de falar e, a seguir, transcrevo partes de sua fala e um trecho da sua composição. O texto “em off”, guardadas as devidas proporções, tinha a mesma intenção, felizmente notada pela maioria dos que me leram.



“...num ponto da minha caminhada eu me cansei da igreja. Não me cansei de prosseguir nem de Deus. Eu cansei de ver sempre as mesmas coisas (...). Cansei de usa as escrituras como 'abracadabra!'. Só queria que algo real acontecesse. Às vezes temos o Mar Vermelho, mas ele não se abre.

E meus amigos religiosos não gostam que eu diga isso...

Mas Deus tem sido bom.

Estou cansado destas coisas complicadas. Há três coisas que quero saber de fato"


Leiamos a música:


Eu não preciso prever o futuro de alguém

Não preciso ver coisas que não podem ser vistas

Não preciso de outro encontro avivado na igreja

Ou outro tema inteligente para o ano novo

Não estou buscando outro sermão de arrepiar

Ou uma palavra que me faça desfalecer

Minhas necessidades básicas são muito simples:


Saber que tu me amas, que gostas de mim e que sou teu


(...) Preciso da clareza e da simplicidade do que é real

Prefiro apenas expressar como me sinto...


Encontrei o maior presente embalado na Salvação

É muito mais simples do que parece...

Deixo de lado a minha cultura sacra

Pois, quando morrestes, respondestes a todas as dúvidas; dissestes que:

me ama, gosta de mim e sou teu.



Trata-se do DVD Free to worship. A música citada acima pode ser ouvida no link:

http://www.youtube.com/watch?v=9gC1i7QA9gE


Escutem, depois comentem.





essa é boa 4



Se um pastor não prega direito sua mensagem cai?







Fonte: http://www.verticontes.blogspot.com






[em off] - levi nauter

Levi Nauter



Qualquer canção de amor
É uma canção de amor
Não faz brotar amor e amantes
Porém, se esta canção
Nos toca o coração
O amor brota melhor e antes

Chico Buarquei




Muito gostei de ouvir a música gospel dos corais e cantores negro-norte-americanos. Na minha estante, alguns nomes contam essa história. Lá, empoeirados, estão Fred Hammond, Yolanda Adams, Kirk Franklin, Bebe e Cece Winams, Mount Moriah Mass Choir, The Brooklyn Tabernacle Choir, entre outros. Nessa época, para mim, cantar bem tinha a ver com a gritaria, com o estardalhaço, com o virtuosismo, com a pedância em repetir um mesmo estribilho. Bons foram aqueles tempos, mas já passaram.

Em seguida tive a fase, digamos, mais branquela. Cristal Lewis e Sandi Patti eram ícones. Outra vez a gritaria reinava, essencialmente com a Patti cantando a enlouquecida Via dolorosa. Era coisa de cortar os pulsos, o que sempre me deu medo. Por sorte não havia armas em casa.

Na seqüência, descobri o worship. Outra febre. Comecei ouvindo o sóbrio Joseph L. Carlington; passei pelo Don Moen e seu Celebrate, não esqueci o Kenoly nem a versão tupiniquim representada pelo Adhemar de Campos. Nessa mesma época, tudo o que se fazia na América e se traduzia por aqui era como se tivesse caído direto do céu.

Depois foi o rock cristão. A sina da cópia foi a mesma já relatada. A linguagem da América era como se fosse a língua dos anjos.

Minha incursão pela literatura cristã percorreu o mesmo caminho. Caminho estúpido. Lembro-me do medo causado por um livro no qual se chamava Mikail Gorbachev de anticristo. Li Steven Lawson, Benny Hinn; Rebecca Brown, entre outras tristes pérolas. Dentre as minhas atuais decepções está o Max Lucado.


Minha vida mudou completamente. Hoje, aos trinta e quatro anos, sou completamente diferente dos que só me conheceram nos anos oitenta ou noventa.


Qualquer canção de bem

algum mistério tem

É o grão, é o germe, é o gen da chama

E essa canção também

Corrói, como convém,

O coração de quem não ama.

Chico Buarque


De repente eu, que fui tão protegido do mundo, descubro o mundo. Que mundo maravilhoso. Descobri que havia MAIS perto de mim do que a minha vã filosofia, do que a minha pouca visão de mundo. Na medida em que começava a incomodar o norte-americanismo, começava a conhecer o Brasil. Conheci o Grupo Logos, o Milad, o Sinal de Alerta, o Rebanhão (que alguns idiotas insistiam na mensagem subliminar). O Sergio Pimenta, o João Alexandre, o Jorge Camargo. Opa, isso tudo feito por crentes? Estarrecedoramente a resposta era sim. Na escrita, descobri o Paulo Romeiro, o Ricardo Gondim, entre outros ousados.

Adiante na minha criticidade, comecei a desconfiar dos que falavam mal do Renato Russo (não só por sua opção sexual) e do Raul Seixas. Fui ouví-los. Que bênção! Que descoberta ótima.

Passei a desconfiar dos discursos igrejeiros que ouvia.

Casei. Fui para a faculdade. Tornei-me professor. Adquiri casa própria. Aumentei consideravelmente meu leque de leituras e audições musicais. Descobri autores não cristãos: Kafka, Saramago, Dostoiévski, Graciliano, Cony, Lispector, Machado, Cecília, Adélia. Conheci outros tons: Zé Keti, Lupicínio (meu conterrâneo), Elis, Chico (nem precisava dizer), Teresa Cristina; Madonna, M. Jackson, George Michael, Lauryn Hill, Nirvana – entre muitos e muitos outros. Encontrei-me com os escritores do mal e com a música mais underground. Começava a entender por que as instituições religiosas odiavam alguns desses que acabei de citar. Percebi que as amizades – dentro ou fora da instituição – continuavam intocadas. Notei que Deus não me abandonara. Observei que “a língua dos anjos” estava mais para inglês do que espanhol ou português e que, apesar disso, Deus estava firme e imutável em se revelar pra mim via Borges, Márquez, Neruda.

Lendo ou ouvindo os nomes recém citados era-me (e ainda é) perceptível uma nuance do divino, de estética.

Passei a desconfiar ainda mais dos discursos igrejeiros que ouço. O que fazer? Tomar decisões.

Porém ainda é melhor
Sofrer em dó menor
Do que você sofrer calado.

Chico Buarque


Na idade em que estou acho que posso usufruir de alguns luxos. E assumo-os com possíveis riscos que daí advenham – inclusive o de 'torrar' no inferno.


Já passou, já passou
Se isso lhe dá prazer
Me machuquei, sim, supurou
Mas afaguei meu peito
E aliviou
Já falei, já passou

Chico Buarque





Pelo menos por hora, desisti de ficar 'perdendo tempo' discutindo doutrina, visão de igreja, de denominação ou, pior, minha cosmovisão cristã. A razão é que, em geral, quem se envereda nesse caminho quer me convencer de que estou errado, de que tenho de mudar. Portanto, o que penso sobre cristianismo penso e pronto; meu pensamento é o “de experiência feito” - no dizer do mestre educador Paulo Freireii. Continuando com ele, preciso imediatamente dizer que cheguei num ponto da vida em que “a minha fé não me faz cínico, ela me faz indignado”. Mas não uma indignação acrítica.

Desisti de ter pressa. Agora moro numa cidade mais tranqüila, ando mais a pé. Se perco um ônibus espero o próximo ouvindo música ou lendo um livro. A correria só aumenta meus batimentos cardíacos. Pobre, levei treze anos para adquirir a casa própria; só agora serei pai. Cansei de esperar ansiosamente a volta de Cristo. Quero que Ele venha, mas sem pressa. Enquanto isso, fico por aqui, às vezes brincando, às vezes tentando crescer, às vezes tentando melhorar o mundo. Desisti de salvá-lo.

Desisti de ouvir rádio e olhar programas de televisão cristãos. Na verdade, tenho fugido de tudo que tenha a palavra gospel ou cristã. Não quero enriquecer nenhum líder de qualquer coisa em nome da obra de Deus. Tampouco ficar ouvindo receitas de como receber mais de Deus, como ser desesperado por Ele, apaixonado por Ele. Estou de saco cheio de tirar o pé do chão sem cair. Chega dessa palhaçada. Prefiro ler os chatos Lair Ribeiro e Roberto Shinyashiki a ouvir um sermão baseado muito mais neles do que na sempre ótima Bíblia. Lair e Roberto pelo menos sabem fazer o que fazem. Os 'preletores' são como vacas, ficam ruminando para, depois, regurgitar na boca de uma massa preguiçosa.

Desisti de entrar em livrarias evangélicas. Prefiro a Livraria Cultura, a Saraiva. Não é pelo marketing mas, sim, pela possibilidade de comprar uma obra melhor. Entre ouvir o Michael Smith e o Toque no Altar cantando a chata “Faz chover” prefiro as múltiplas versões da linda “Ave Maria no morro”. Tem muito mais a ver com a minha vida, com o meu cheiro, com a terra na qual Deus me permitiu nascer. Ocorre que a Ave Maria no morro não foi feita no norte, mas no sul. Então parece – para alguns – mais feia, menos divina. Pra mim não.

Desisti, por essas e outras, de 'bater o ponto' num templo. Tenho optado por compartilhar da vida com os poucos amigos. Tomar um belo café com minha mulher (de quem não sou dono) e futura mamãe. Dar um passeio pela rua ouvindo o canto dos pássaros. Ouvir um Zeca Baleiro, um Baden Powell, um gaudério como Vitor Ramil ou os conterrâneos César Oliveira e Rogério Melo. Tem sido maravilhoso descobrir As cidades invisíveis, do outro Calvino. Tenho refletido quando canto o Hino Rio-Grandense. E tem sido muito desafiador demonstrar Cristo tanto para os meus alunos da EJA como para os meus vizinhos. Ser sal num lugar onde a igreja tem sido açucar não é fácil. Desvencilhei-me. Basta de instituição.

Desisti de ter medo de Deus. Não é isso que Ele quer de mim. Ele quer que eu seja eu.

Já não tenho medo do inferno (o que é esse mundo muitas vezes?). Também não fico ruborizado quando me dizem que “Deus vai cobrar”. Muito menos sigo os conselhos dos legalistas de plantão, aqueles que se acham maduros demais na fé ou que já alcançaram um certo patamar de santificação espiritual que estão de “corpo fechado”. Ignoro os tapadores de furos, aqueles que se acham a espuma das brechas (abriu a brecha?).

Deixem-me viver em paz e escrever o que bem quiser.

Ah, estou bem. Amo a mulher que tenho e a criança que estará conosco lá pelo final de abril/2009. E porque sou humano sou imperfeito, tenho relacionamentos a melhorar; sou cheio de defeitos. Sou chato, tenho um jeito ranzinza.

Mas tenho uma certeza que me conforta: não há nada que eu possa fazer para que Deus me ame mais, ou menos. Essa é a razão de eu estar vivo. Ele me ama!!!


Recolha o seu sorriso
Meu amor, sua flor
Nem gaste o seu perfume
Por favor
Que esse filme
Já passou

Chico Buarque





iAs citações do Chico Buarque são das maravilhosas músicas “Qualquer canção” e “Já passou”.

iiFREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. Ana Maria Araújo Freire (org). São Paulo: Editora UNESP, 2001.

O segredo de agradar a Deus - gondim

Ricardo Gondim


Portanto, vá, coma com prazer a sua comida e beba o seu vinho de coração alegre, pois Deus já se agradou do que você faz – Eclesiastes 9.7.




José Fulano de Tal morreu ontem. Pobre homem! Consciente dos seus deveres, nunca atrasou no relógio de ponto. Jamais perdeu um trem. Era impensável que acelerasse no sinal amarelo. Correto, pagou todas as suas prestações na data exata. Vestiu a mesma camisa até puir o colarinho. Sempre elegeu o candidato que votou. Leu o jornal diariamente. Teve um enterro comedido, sem muita emoção, parecido como a sua existência.

José Fulano de Tal foi assíduo membro de uma igreja. Submeteu-se aos regulamentos e exigências de sua religião - seu maior desejo na vida era agradar a Deus. Trabalhou incansavelmente nos mutirões do bairro. Contribuiu com entidades filantrópicas. Em sua última jornada, os amigos, parentes e curiosos caminharam circunspetos pelas alamedas do cemitério. Despediam-se de um homem que não conseguiu viver.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta gostar, mas gostar mesmo, de poesia. No poema, a palavra ganha ritmo para sincronizar-se com o pulsar do universo. E nessa magnífica, porém silenciosa palpitação, ressoa a voz do Divino.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta achar tempo para ouvir música. Quando melodia e rima se acasalam, nasce a sublime sonoridade do Paraíso. O Pai Eterno sorri quando seus filhos se aquietam para escutar os artesãos dos salmos, dos noturnos, das toadas, dos réquiens, das cantatas, das óperas, das polcas, do samba, dos hinos, dos recitais, dos corais, do jazz, da bossa-nova.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta amar os livros. É prazeroso para Deus, ver os filhos transcendendo para mundos imaginários através da prosa, da narrativa. Os romances dissecam a alma humana, enaltecem a virtude, expõem a crueldade e quando não sofrem censura, descrevem a realidade crua da vida.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta transformar cada refeição em um ágape, cada aperto de mão em uma aliança e cada abraço em uma declaração de amor.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta deixar-se conduzir por um vento desatento, rumo ao horizonte inatingível; e esperar por um porvir insubstancial. Já que Deus gosta de prados selvagens e de matas sem cercas, viver é arriscar-se. Deus sabe desenhar o arco-íris com as gotas do ribeiro que despenca no precipício. Portanto, só vive quem não teme esvaecer.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta gostar de vinho, de doce de leite, de tapioca com manteiga, de filme de amor, de esporte, de meia hora de sono extra no feriado, de bolo de milho, de cafuné, de beijo, de viagem de férias com dois dias sobrando para descansar do descanso.

José Fulano de Tal deveria ter aprendido que para viver, basta chamar Deus de Pai ou de Mãe.


Soli Deo Gloria.



via www.ricardogondim.com.br

Gondim, na minha opinião, é uma dessas cabeças que confortam cristãos cansados de igreja (instituição) e deixam em polvorosa os urubus disfarçados de pastores, bispos, apóstolos, semi-deuses e qualquer dessas alcunhas criativas.



[acredito em deus?] - resenha

Levi Nauter



Acabo de ler um livro que recomendo sem reservas.

Afora o parco investimento na qualidade do acabamento da obra (mal cortado, a colagem do miolo é quase nada – descola facilmente) o texto supera e faz mea culpa. Assim é Perguntaram-me se acredito em Deus, de Rubem Alves, publicado em 2007 pela editora Planeta. Também é necessário dizer que não há nenhuma novidade ideológica expressa na obra. Quem acompanha Alves e é leitor não-gramatiqueiro, mas exigente, antecipadamente poderia prever o que leria nas páginas.

A importância dessa obra está na divulgação de um outro Deus. Aquele sem gaiolas, aquele com o qual se pode brincar, com quem se pode discordar, chorar e oferecer poesias. Igualmente está na provocação. O lado psicanalítico do autor como que pega uma vara (instrução bíblica, aliás) e cutuca os cristãos fundamentalistas, chamando-os de religiosos e não de fariseus. Poeticamente Alves chama sua própria obra de mosaico, de sonata, de altar. Particularmente, prefiro dizer que Perguntaram-me... é um compêndio de textos que anunciam e denunciam.

Tenho a impressão de que, na iminência de ser pai, essa obra deveria ser contada aos filhos com toda a entonação e sensibilidade que uma hora do conto exige. A ousadia do velho Rubem é de dar inveja, santa inveja. Seus pitacos fogem da tradição, exibindo uma liberdade de quem tanto sabe o que está dizendo devido as ranhuras do tempo. Quero contar as 'estórias' para meu filho ou minha filha que está a caminho.


A primeira ousadia da obra está em, belamente, dizer que a Bíblia é “um livro cheio de cacos” (p. 16) e que cada religião é “um jeito de ajuntar os cacos” (p. 17). Outra bela atitude do autor foi criar o Mestre Benjamin. Este é quem diz tudo. Ele é o alter ego do autor. Benjamin salva o Rubem da execração; é uma espécie de advogado divino nesta obra. Entreverado está Deus, o Senhor das Histórias. A paráfrase de textos bíblicos foi outra bela sacada.

Já é uma ousadia misturar poetas seculares num livro que se propõe falar sobre Deus. Mais ainda foi convidar a Emily Dickinson, que sai arrebentando:


Alguns guardam o Domingo indo à Igreja -

Eu o guardo ficando em casa -

(...)

Assim, ao invés de chegar ao Céu,só no final -

eu o encontro o tempo todo no quintal.” (p. 27)


Achei isso maravilhoso. Parece-me o novo contexto religioso sendo como que profetizado pela Dickinson.

O texto “o abraço de amor”(pp. 31-34) quase exige que leiamos as declarações de amor, registradas em Cantares, ao som do Bolero – de Ravel. Que experiência estética! Aliás até o texto XI é isto que acontece: o autor nos carrega para uma experiência estética. A partir do XII, além de continuar com a beleza, há as denúncias. A primeira: Deus não possui um livro no qual contabiliza débitos e créditos. A segunda: o bom samaritano representado por um travesti. A terceira: a oração egoísta. A quarta: faíscas do cuidado ambiental. Quando observamos os textos que se seguem ao XVIII lemos anúncios: sobre tornar-se criança, sobre ser feliz, sobre orar, sobre sabedoria e sobre o amor. No amor tudo se encerra, inclusive o texto do Rubem Alves.

É por isso que fica difícil acreditar que “Deus tem uma câmara de torturas chamado inferno, onde tranca seus desafetos por toda eternidade...” (p. 102), essencialmente quando se lê a síntese dos dez mandamentos. Alguém errou nessa interpretação e, por causa dela, muitos já morreram. E agora, José?

Por isso temos de aprender a ler mais os poetas que os exegetas.


meu jardim

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minha alegria

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Maria Flor

Sobre este blog

Para pensar e refletir sobre o cotidiano de um cristianismo que transcende as quatro paredes de um templo.


"Viver é escolher, é arriscar-se a enganar, aceitar o risco de ser culpado, de cometer erros" [Paul Tournier]

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LEVI NAUTER DE MIRA, doutorando em educação (UNISINOS), mestre em educação (UNISINOS) e graduado em Letras-português e literatura (ULBRA). Tenho interesse em livros de filosofia, sociologia, pedagogia e, às vezes, teologia. Sou casado com a Lu Mira, professora de História, e pai da linda Maria Flor. Adoramos filmes e séries.

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