GRAVIDADE 6 - agora sim


Levi Nauter


(...)Fecha os zóio e drome,
Minina, minininha,
A noite assa bolo,

No forno da cozinha.

Drome, minininha,
Papai num tá aqui,
Enfeita a noite preta
Com zóio de rubi.

Drome, minininha,
Mamãe foi trabaiá,
Lavá a noite suja.
Com as água do luá.
...
Sossega, minininha,
Sossega, tá na hora,
Logo vão se abri
Os zóio da Orora.

Sérgio Capparelli



Doze de doze, de dois mil e oito. Treze horas. Estávamos ansiosos. A Lu gelada; eu, quente. Pensamos nas dificuldades existentes no mundo infantil. Nossos trabalhos docentes em escolas com educação infantil deixam-nos frente a frente com as mazelas humanas. Mas também de cara com as virtudes da meninada que se sobressai a todos os problemas. Talvez por isso o conselho de Cristo a que sejamos como criança.

E nós lá, cheios de emoção. Nossos olhos lacrimejavam; nossas mãos entrelaçadas unia nosso espírito e fortificava nossa esperança num Deus que é perfeito.

Incrível como – nessas horas – cinco minutos parecem uma eternidade.

Chegamos na sala. Aparelhos ligados, médico colocado. Começa a ecografia.


A criança não pára com as cambalhotas. Ergue as mãozinhas, os pezinhos, boceja e até soluça. Mede aproximadamente 26 centímetros e tem um peso enorme: 400 gramas. O coração é potente, os ossos estão nos seus devidos lugares. Tudo está bem.

Com essas primeiras informações o pai e a mãe, marinheiros de primeira viagem, estavam derretidos; só chorávamos e nem piscávamos tal era a nossa concentração diante da tela. Uma emoção indizível.

Saímos extasiados da sala. Com os olhos inchados, ao mesmo tempo ríamos e chorávamos. O mundo parecia ter parado. Nada mais pareceu importante por alguns instantes. Enquanto nos dirigíamos para um bom almoço, comentávamos sobre o quanto Deus fora maravilhoso conosco. Sua mais recente demonstração de amor e seu maior presente de natal, para mim e para Lu, foi essa menina. Linda!!!!!!!!!!!!!!!!

Ela será maravilhosa, conselheira, mulher forte, a princesa da nossa casa.


Será a Maria Flor Oliveira de Mira




NOTA

O epíteto é um trecho da poesia "drome, minininha!", publicada na obra "111 poemas para crianças", do professor Sérgio Capparelli, publicada pela L&PM, em 2006 (5ª ed).


2 comentários:

Ane Patrícia de Mira domingo, dezembro 14, 2008 1:28:00 PM  

É uma menina mesmo!

Parabéns.

Besos

Anônimo quarta-feira, dezembro 17, 2008 8:42:00 AM  

Sei bem como é a emoção deste resultado! :)
Seja desde sempre e para sempre bem-vinda, Maria Flor, amiguinha da Chloe! ;)
Abraços apertados!

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Sobre este blog

Para pensar e refletir sobre o cotidiano de um cristianismo que transcende as quatro paredes de um templo.


"Viver é escolher, é arriscar-se a enganar, aceitar o risco de ser culpado, de cometer erros" [Paul Tournier]

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LEVI NAUTER DE MIRA, doutorando em educação (UNISINOS), mestre em educação (UNISINOS) e graduado em Letras-português e literatura (ULBRA). Tenho interesse em livros de filosofia, sociologia, pedagogia e, às vezes, teologia. Sou casado com a Lu Mira, professora de História, e pai da linda Maria Flor. Adoramos filmes e séries.

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