INQUIETACÕES - tensão e tesão

Levi Nauter
Qual a diferença entre um Deus que é pai e um Deus milico? Em geral, as pessoas têm verdadeiro tesão pelas regras, pelo "sabe com quem estás falando?". A vida é mais fácil quando alguém nos diz para fazer isso ou aquilo. Tornamo-nos inúteis, deixamos de pensar por conta própria, fazemos continência, somos simplesmente obedientes. Será isso o que Deus deseja de nós?
O tesão pelo legalismo deveria ser substituído pela tensão. Se consideramos que a vida se faz cotidiana e, portanto, não está definitivamente pronta, acabada, é necessária a dialogicidade. No que estamos conversando, a dialética está na tensão/tesão.
Tensão para a discussão, sem violência, sem egocentrismo, com humildade. Tensão no sentido de não se conformar com a periferia da vida, mas na profundidade. Viver na profundidade e não se conformar com o superficialismo cotidiano.
E o nosso discurso?

[je$u$, um bom negócio] – texto 3

Levi Nauter
Não sou alguém paciente. Infelizmente não consegui a proeza alardeada pelos pentecostais que dizem desfilar com os frutos do espírito[i]. Escutando alguns falarem, até parece um passe de mágica: aceitou a Cristo como o Senhor e, no pacote-salvação, o fruto está dado. Ledo engano. Os frutos do espírito não são do tipo ‘pague um, leve dois’. Pois, a longanimidade está longe de mim, quanto mais eu corro mais longe ela fica. Numa agência bancária isso fica claro. Minha sensação é que os bancários, embora não me conheçam, me amam, não vivem sem mim. Seu eu fosse um herege, diria que sem mim eles nada podem fazer – o que, de certa forma, é verdade. Experimente olhar para os enfileirados com vários boletos e carnês, é desesperador estar atrás deles. O que fazer?

Pouco se pode fazer. Outro dia tive uma idéia: a Lu ficaria na fila enquanto eu daria uma volta. Deu certo. Pra variar, visitei uma loja de CDs e uma livraria. Havia muita gente no balaio de CD; uma enxurrada de baixa qualidade poética e harmônica, para meu gosto, claro. Lembrei das livrarias evangélicas. Com raras exceções, os CDs mais vendidos têm, em geral, baixa ou nenhuma qualidade poética, melódica; porém, os preços são do alto. Até parece que o ‘irmão’ proprietário assim pensa: “é agora que vou tirar meu pé do barro e aumentar meu dízimo”. Cassiane, Marcus Witt, Michael W. Smith (com seu típico americanismo de fazer sempre mais de uma versão da mesma produção coisas. Por isso, Worship 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9...), entre outras celebridades ‘góspeis’. Felizmente, nos balaios, se bem procurarmos, conseguiremos bons achados – já comprei Guilherme Kerr, Pedra Coral, bem como Rita Ribeiro, Nei Lisboa, Chico César e até Chico Buarque. Por que mais não-cristãos do que cristãos? Possivelmente porque livraria evangélica não gosta de balaio e, ainda por cima, poucas dão desconto. Deve ser culpa da obra...


Retomando o que dizia, enquanto a Lu ficava firme e forte na fila eu, após bisbilhotar a loja musical fui para outra, não menos musical (as palavras são tão lindas quanto a música, possuem ritmo, ginga). Adoro livrarias e sebos. Cheirar, alisar, folhear ou simplesmente olhar um livro já é um privilégio. Todavia, algumas decepções foram inevitáveis. Muito livro espírita. Sei que devo respeitar a diversidade pós-moderna e humana, o que não entendo é como gostar de algo cujo teor já se sabe desde o princípio da leitura. Noutra prateleira, as bobagens do desvendamento. Há uma mania humana de querer desvendar ou dar receitas sobre todos os aspectos da vida, tanto terreais quanto metafísicos. Ando inquieto com essa busca frenética por desvendar, desmentir (e tantos outros sinônimos) o Código da Vinci. São crentes e não crentes querendo, no fundo, uma fatia financeira desse bolo. Na seção de revistas, uma fofocada atrás da outra; o ensino do ponto cruz; as dez melhores da playboy; as mais isso, as mais aquilo.


Um pouco cansado, tomei fôlego e continuei. Vendas. Títulos mais ou menos assim: ‘o vendedor pit bull’; ‘sete alguma coisa do vendedor altamente eficaz’; os clássicos Pai Rico, pai pobre. Como enriquecer? Comprando os títulos das prateleiras. Ah, ‘quem mexeu no meu queijo (para adulto, jovens e crianças)’; Arte da guerra (para homem e para mulher). Ufa! Cansei.


Não agüentando mais, descobri que Jesus estava sendo um bom negócio. Olhei pra cima: Jesus, o maior psicólogo que já existiu; Jesus, o maior líder que já existiu. Olhei, digamos, para o meio: O monge e o executivo (a história de um cristão) e, na mesma onda, Como se tornar um líder servidor. Adiante, Se eu quiser falar com Deus; Os segredos do Pai-Nosso. Ainda havia uma série na qual cada obra iniciava com o título O Mestre: O Mestre dos Mestres, O Mestre da Sensibilidade, O Mestre da vida, O Mestre do amor, O Mestre Inesquecível – todos enfocando algum aspecto de Jesus. Quando não agüentava mais a raiva, terminei lendo o título As cinco pessoas que você encontra no céu[ii].


Saí brabo da livraria. Sentei num banco (que não tinha dinheiro) e pensei: “bah, Deus, por que eu não tenho umas idéias assim pra ganhar dinheiro? Como Deus, em sua sabedoria e soberania[iii], achou por bem não me responder, tentei ligar música e livro. Fiquei refletindo o seguinte: se Deus viesse ao mundo hoje, Ele poderia descer nos EUA. Lá, encontraria um pouco de gente de cada lugar do mundo, palestraria às grandes corporações e, escrevendo, poderia tornar-se um best-seller. Nem tão diferente assim, se nascesse no Brasil, talvez fosse morar na Cidade de Deus. Então cresceria, participaria de fóruns sociais, seria um articulador duma CUFA (Central Única de Favelas), escreveria também um livro do tipo Falcão e, por saber todas as palavras, poderia ser um raper. Em qualquer lugar poderia ganhar dinheiro.


Fiquei mais intrigado: e por que eu não ando pra frente? Será que a saída poderá ser montar uma igreja? Afinal, aqui no Sul já está se tornando moda.


[i] Gálatas 5.22.
[ii] Todas as obras citadas nesse parágrafo são da editora Sextante.
[iii] Lc 11.49; 1 Co 1.23 e 24, 2.7; 1 Tm 6.15; Jd 1.4.

[gospel: a banalização do evangelho] – texto 2

Levi Nauter
Pouca gente ainda não sabe que gospel é a junção de duas palavras inglesas que, em síntese, significa evangélico(a) ou religioso(a); o dicionário escolar Cegalla registra que pode ser "qualquer tipo de música executada durante cultos evangélicos"[i]. O problema, a meu ver, está na síntese. Sempre que fazemos sínteses corremos o risco de deixar para trás questões importantes, caindo no senso comum ou 'pondo tudo no mesmo saco'. É o que temos visto.
De repente, tudo tornou-se gospel. Basta abrir uma bíblia e musicar um salmo e, pronto, temos uma música gospel. Então alguém, espertinho, decidiu patentear um nome de gravadora cujo efeito soasse de acordo com os padrões dos guardiões da sã doutrina: gospel music, gospel records. Evangélico ama nomes de efeito, principalmente se isso lembrar a norte-americanização do evangelho difundido no Brasil. Pouco importa a criticidade, a ponderação prática-prédica. Importa o nome, o cargo, o dinheiro, a influência, o status, o poder. Por isso, basta aprender o discurso. E ao injetar as próprias idéias, deve-se pôr alguns elementos do discurso dominante e tudo fica perfeito. Suas idéias, aos poucos, estarão na boca do povo.
Estou falando das igrejas pentecostais, neo-pentecostais (algumas, inclusive, denominam-se apostólicas) - as que têm no legalismo e na alienação seu maior benefício de opressão.
Qual o lugar do discurso nessas instituições?
Ocorre que os líderes dessas igrejas 'góspeis' são como os grandes escritores de auto-ajuda, tanto vendem quanto enriquecem. Não há líder gospel mal de vida, há membros passando fome. Porque o discurso da auto-ajuda ajuda apenas ao que discursa. O discursante precisa incutir o medo naqueles que podem contribuir financeiramente. Vemos o medo do inferno (em termos de eternidade) e o medo das dificuldades terrenas (enquanto vamos vivendo neste mundo). A membresia acrítica contribui para a "obra" e contribui para a eternidade, afinal, cada contribuição rende uma pedra na coroa celestial. Tenho de confessar que minha coroa deve estar paupérrima. O dinheiro dessas igrejas advém do medo.
Mas não pára por aí. Há uma estrutura hierárquica recheada de leis, de costumes, de regras, portanto. Só cresce, só sobe degraus quem vai cumprindo tais legalismos. Infelizmente a briga é desleal em termos de gênero. As demandas privilegiam o macho, o homem. A mulher tem papel secundário, em termos de status quo. O macho é a prioridade. Incrivelmente para atender a tal prioridade, os homens criaram legalismos mais fáceis de serem atendidos por eles. E, paradoxalmente, a mulher tem muito mais a cumprir e muito menos a chegar. Tudo começa quando nascemos. O homem pode andar pelado no quintal da casa, à menina é feio. O homem pode e é incentivado a propagandear sua genitália, à menina está proibido - é feio. Ao macho está liberado, ainda que ninguém fale abertamente, a manipulação ou estimulação dos genitais; à mulher é um pecado mortal. Ao homem chorar é coisa de mulherzinha, para ela faz bem à saúde.
No templo, o homem manda e a mulher obedece. Ao homem está liberado usar indumentárias adequadas as estações do ano. Pouco se questiona, por exemplo, o uso da bermuda masculina. Mas à mulher pouco pode. A mulher gospel está fadada a adornar-se para o esposo, para o esposo e para o esposo. Ainda bem que isso está mudando. Nesse ponto o neo-pentecostalismo tem contribuído muito. Ainda assim temos, em Porto Alegre, um revival do velhos tempos: uma loja de roupas exclusivamente para evangélicos, a Roupa Nova Gospel. Eu não tenho nada contra essas lojas, mas espero que não haja sucesso na tentativa de padronizar-se o uso de roupas. Seria um absurdo tentar incutir essas inutilidades evangélicas.
Quando se coloca um gospel a qualquer coisa o evangelho está sendo banalizado. É preciso maior cuidado ao evangelizar-se pessoas, seja pelo exemplo, seja pelo diálogo. Essa tal palavra pouco diz sobre a relevância de se ter um encontro com Cristo. Mais que isso, Cristo nunca esteve preocupado com perfumarias, a exceção da adoração daquela mulher que o ungiu. A essência é mais importante. Ele foi o maior crítico dos fariseus. E, vamos combinar, essência é justamente o que tem faltado nas ditas músicas góspeis, o objetivo é vender, é ganhar o ISO9000, é ser to of mind. Nem os sermões escapam da falta de conteúdo. É um tal de "Deus é bom" pra cá, "Jesus vai voltar" pra lá, sem contar as mensagens "tdb": você vai vencer, eu ordeno!
Não esqueçamos das mensagens à distância: abençoe o copo com água, a fotografia e a peça de roupa. Putz! Acho que Deus deve ter comprado um fone de ouvido...
O evangelho atual está uma coisa, de modo geral. Sempre há exceções, claro. O negócio agora é comprar rádio, televisão, editoras, gravadoras, passar a mão no bolso do povão, dar tampinhas nas costas, acalmá-los e aliená-los. A nova ordem gospel é encher os templos. O pastor que não tiver mais de trezentos membros não tem dom, precisa arranjar outro emprego. Quem não trabalhar por ministério vai fracassar, ministério é a vez - já profetou algum norte-americano. Mas quem continuar trabalhando pela velha fórmula econômica, desde que bem administrada, pode ter sucesso. É o trabalho por departamentos. Não esqueçamos das subdivisões em células, o genoma gospel.
Resumindo, a fórmula é dizer o que o povo quer ouvir, cantar cânticos da moda, preferencialmente versões de grandes corporações musicais. Ah, é imprescindível gravar um CD ao vivo - bem como gravar as mensagens e vender. Não esqueçamos de todas as teorias do medo
[ii]: medo do inferno, medo de deixar de contribuir com ofertas financeiras, de não contribuir com o rancho mensal e com o famigerado dízimo. E a fim de amenizar o estrago propõe-se outro estrago: uma oração especial aos dizimistas (assim descobre-se quem ainda não contribui).
E sigamos o baile (louvorzão é mais gospel) porque pastor não tem tempo a perder e precisa dar continuidade na construção da sua casa naquele condomínio de luxo, sabe?
Até!
Que Deus tenha misericórdia de nós, pobres que somos.

[i]CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005, p. 456.
[ii]Romanos, capítulo 14, possui uma série de fatos e circunstâncias que podem gerar o que tenho chamado de Teologia do Medo. Parece-me que o respeito às diferenças é algo fundamental.

ARTE 1 - o jogo

Levi Nauter
Levaram-me ao campo
ensinaram-me perfeitamente as regras do jogo:
faça isso, não faça aquilo; se fizeres isso terás punição,
aquilo leva você para o céu.

Comecei a jogar.
Estava perdido no campo, bastante pessoas querendo me chutar.
Reclamava ao Juiz que, às vezes, apitava, noutras não.
Dizia que eu deveria me defender, chutar também.

Ficava intrigado com o árbitro
nos momentos que me pareciam erros,
todos gritavam que Ele era o Justo Juiz
Justo Juiz?

E o jogo prosseguia.
A bola rolava, ninguém fazia golos.

De repente, dei-me conta de que observava muito mais o tal que o jogo
todas as vezes que tocava na bola o Juiz tornava-se torcedor.
Como ele torcia por mim!
"Apenas jogue, deixe que Eu cuido do resto" - dizia Ele.
"E as regras?" - indaguei curioso.
"Esquece!"

BOA IDÉIA 1 - aos pobres

Orai, irmãos, aqui vos prega o pastor Reginaldo Menezes, batismo religioso deste santo blogueiro. Sim, irmãos, eu também abri um templo, a Igreja Subliminar do Anonimato Purificador, registrada conforme as tábuas da lei no Cartório de Notas e Ofícios de Santa Cecília, nesta freguesia de São Paulo de Piratininga. Sem fins lucrativos, óbvio, como exigido na natureza da entidade jurídica. Faça você mesmo a sua humilde igrejinha, fale direto com o seu Deus escolhido, evite intermediários, amém, irmãos!É uma moleza fundar uma igreja, de qualquer credo ou descrença, e multiplicar o dinheiro dentro de bíblias como as rãs das pragas do Egito. Faça você mesmo inclusive o seu deus, não carece trabalhar –segundo a legislação- obrigatoriamente com Jesus, embora esse nome seja o mais quente da praça e um negócio de baixíssimo risco. Você pode inclusive fazer um mix de religiões, como os fundadores da Igreja Evangélica Muçulmana Javé é Pai, com filial aqui na periferia de São Paulo, que reúne Alá, Alá meu bom Alá, como na marchinha carnavalesca, e cristianismo sob o mesmo teto de zinco suburbano.Faça você também: reúna um mínimo de oito amigos ou desconhecidos, tanto faz, lavre uma ata desta reunião, bole um nome chamativo, escreva um estatuto com as regras de funcionamento e os preceitos da igreja, siga até o cartório mais próximo e registre os documentos. Pronto, você nem precisa ter uma sede própria, pode começar pregando na Praça da Sé ou ali na frente do Teatro Municipal, dois redutos dos neopentecostais mais apocalípticos. De posse do registro, vem o mais interessante: inscreva-se para obter um cartão especial do CNPJ, o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, e boa sorte, amigo, segura na mão de Deus e vai. A inscrição pode ser feita até aqui pela Internet, fácil, fácil.
Xico Sá, no blog Ponte aérea/SP. Via blog do Pavarini: http://pavablog.blogspot.com/

[explicação à guisa de introdução] - texto 1

Levi Nauter
O outro blog que possuo (www.levinainternet.blogspot.com) tomou forma por demais diversa. As idéias postadas têm muito mais a ver com meu dia-a-dia, minhas indignações quanto às políticas e politicagens cotidianas do que com a espiritualidade, a religiosidade e, em última instância, com o cristianismo, o evangelho. Nalguns momentos os textos são extremamente pessoais, tipos os três nos quais reflito sobre a morte da minha mãe; noutros, poesias cujo foco não busca uma crença a priori.
Devo ressaltar, de início, duas questões. A primeira basta observar-se como escrevi até agora, utilizando verbos na primeira pessoa do singular, além de pronomes possessivos. O intuito é pessoalizar mesmo, tornar diretamente meu o discurso ideológico nos textos a serem postados – ou pelo menos será uma tentativa, já que tenho a tendência de considerar muito mais o nós do que o eu. Ocorre que, para fins de criticidade, parece-me importante deixar claro o que penso a respeito, neste caso, da minha cosmovisão cristã. Numa discussão qualquer, sempre considerei mais produtiva aquela em que o interlocutor se identifica – tanto no nome, o melhor epíteto de alguém, quanto nas posições ideológicas. Esclareço, em tempo, que considero a vida como um processo, isto é, numa linguagem freireana
[1], o mundo não é, está sendo. Em outras palavras, sou partidário da mudança. Acredito que meus textos, em conseqüência, mostrarão isso numa análise mais de conjunto. Não se descarta nem a ratificação de opiniões, tampouco as possíveis e necessárias retificações.
A segunda questão que precisa ser ressaltada faz uma referência ao que está dito no primeiro parágrafo desse texto. Trata-se de imediatamente não deixar dúvidas da minha crença na relação direta entre a relação terreal com a espiritual. Não obstante, nada tem a ver com os pode-não-pode das igrejas legalistas. Por exemplo, músico cristão não poder tocar com músicos não cristãos a fim de não se ‘contaminarem’. Isso é uma falácia. O que tenho defendido e possivelmente defenderei é que o meu cristianismo não pode e não deve ser dicotômico; não pode estar desatrelado do meu dia-a-dia, do meu cotidiano. Sou cristão por completo na medida em que encarno o cristianismo no cotidiano dos meus afazeres diversos e totais. Porém, é necessário, em alguns momentos, didatizar nosso pensamento registrado – ou subdividindo-o ou reescrevendo-o. Por isso este blog. Isso, então, não anula o cristianismo implícito em alguns textos do outro blog, apenas, a partir de agora, a discussão mais crítica e direta será feita por aqui.
Ainda é preciso comentar as limitações teóricas e tecnológicas dessa idéia. Em relação à primeira limitação, preciso dizer que teoricamente os textos não serão densos. O objetivo não é o pedantismo nem o, às vezes, inócuo aprofundamento teórico; mas, como num diálogo, passível de contraponto; diálogo que se inicia superficial e vai-se aprofundando com diferentes contribuições (cristãs e/ou não). Sem pressa, sem a pressão rotineira a que temos nos submetido nesses dias. Ademais, um blog é sempre pessoal e, portanto, a minha opinião estará, direta ou indiretamente, registrada. Ainda que eu coloque um texto de outro autor (o que certamente ocorrerá), inevitavelmente ele terá algo que vem ao encontro do meu pensar. Isso será inevitável, somos assim: convivemos por afinidades e estas têm um início na ideologia.
A outra limitação, tecnológica, tem a ver com a disposição gráfica do texto. O que coloquei em itálico, negrito, nota de rodapé etc., perde tal formatação no blog. Essa é a razão por que estou disposto a mandar o texto bem formatado a quem se interessar via e-mail.
Por fim, vale dizer que as contribuições (manifestações favoráveis ou contrárias) serão sempre bem-vindas. Isso não significará, todavia, mudança de opinião, talvez maior reflexão. O diálogo aqui terá mais finalidade de compartilhamento do que a tentativa de reversão. A idéia é a criticidade e não a simples internalização do ‘evangeliquês’, a assimilação do discurso dominante igrejeiro que inócuo e já sem contexto.
Em síntese, essas são algumas considerações necessárias para se ler os próximos textos.
Sejam todos bem-vindos.
Dialoguemos!
A Deus seja a glória!!!



[1] De Paulo Freire, educador brasileiro de quem sou um grande admirador.

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Logo haverá postagens. Aguardem!

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Sobre este blog

Para pensar e refletir sobre o cotidiano de um cristianismo que transcende as quatro paredes de um templo.


"Viver é escolher, é arriscar-se a enganar, aceitar o risco de ser culpado, de cometer erros" [Paul Tournier]

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LEVI NAUTER DE MIRA, doutorando em educação (UNISINOS), mestre em educação (UNISINOS) e graduado em Letras-português e literatura (ULBRA). Tenho interesse em livros de filosofia, sociologia, pedagogia e, às vezes, teologia. Sou casado com a Lu Mira, professora de História, e pai da linda Maria Flor. Adoramos filmes e séries.

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