Levi Nauter
Aqueles que gostam de um ‘adorador’, de um ‘mover de deus’, bem como aqueles que dizem que Ele ‘está levantando uma geração disso ou daquilo’ (ainda que não se veja) e todos os que apreciam músicas com poucas notas, mas carregado de ritmos mais norte-americanizados ou europeizados não podem deixar de ouvir esse disco. Ele tem tudo para ser rodado naquelas rádios que se acham pura unção (como se demonstra isso?) ou nas que semeiam Jesus e colhem vidas (e não pessoas), entre outras. As músicas foram, ao que parece, pensadas para ‘pegarem’ o ouvinte; aquelas que a gente passa o resto do dia cantando-as.
O disco a que me refiro ainda sai na frente dos chamados cantores midiáticos ‘gospeis’. Isso porque as letras são um pouco melhores, claramente revelam alegrias e tristezas – ao contrário das ‘góspeis’ que atualmente só buscam coisinhas boas de Jesus. Em vez de lascar a obviedade de que Jesus é a solução, opta por questionar-se na bela canção Quem eu sou. A melancolia de Tempo mistura uma poesia interessante. Perdida e salva faz um belo diálogo com termos aparentemente dicotômicos – e o violão ficou bem bonito, além da linha melódica que a cantora seguiu.
De quem falei até agora? Da Sandy e seu primeiro CD solo Manuscrito.
Ouça e seja abençoado. Se possível, sinta saudade da música brasileira.