A janela abrirá devagarinho:
fará nevoeiro e tu nada verás...
Hás de tocar, a medo, a campanhia
e, silenciosa, a porta se abrirá.
Mário Quintana1
Nesta semana tive, até agora, a melhor notícia já recebeida.
Eu e a Lu, a mulher da minha vida, estamos grávidos. Ainda não fizemos os exames definitivos, por assim dizermos; porém, os realizados indicam aquilo que esperamos há um bom tempo. Um filho ou uma filha está a caminho.
A alegria é indizível. Faltam-me palavras para expressar um sentimento guardado por anos – alguns deles por opção. Quando desconfiamos desse momento, nos abraçamos e a emoção tomou conta. Além disso, ao longo da semana recebi muitos abraços e felicitações, outra novidade pra mim. Nenhuma pessoa me desejou sorte; ninguém disse “criar filhos é difícil”. Apenas sorrisos, apenas alegrias. A vida é maior e compensa qualquer eventual esforço.
Exatamente hoje, 01-09, a Lu completa 36 anos. Há presente melhor que receber um filho ou uma filha? Estamos muito felizes. Se tudo correr bem, em maio será a minha vez de ter como presente o nascimento da criança. Aniversários assim são presentes do maravilhoso e gracioso Deus.
Nossos sentimentos se misturam – o texto parece truncado, não sai da mesmice. Mas a felicidade tem disso: a gente ri, e os assuntos giram em torno da razão da felicidade. Por vezes ficamos apreensivos em como educar uma criança; noutros momentos pensamos que isso será o de menos. Como dar conta de tantos compromissos e ainda atender uma criança que depende da gente? Sei lá, sei apenas que desejamos muito tê-la.
Ficamos imaginando o rosto (com quem será parecida?), o cheirinho. Sentimo-nos – guardadas as devidas proporções – como se fôssemos deuses: estamos fazendo uma mistura de nós dois que resultará numa singularidade: ou no João Vitor ou na Maria Flor. A euforia toma conta.
De minha parte, quero escrever um texto mensal até o seu nascimento, compartilhando os acontecimentos dessa fase. Posso adiantar que também ando enjoando – eu que tanto ria de quem contava histórias parecidas. Também me parece ótimo notar a Lu com algumas sensações estranhas: achando horrível o cheiro do café e de alguns perfumes, entre outras.
Também é minha intenção ser um bom pai. Conversar muito com o filho ou filha. Não intento que a criança tenha medo de mim. Quero dar muitos abraços, muitos beijos, dizer a toda hora que a amo e que ela foi muito desejada.
Depois conto mais.
1 QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
3 comentários:
Queridos!
Que alegria!
Que este seja um tempo delicioso - apesar dos desconfortos -, pois é único! Cada mês com as suas surpresas!
Se vocês quiserem, o carrinho e a banheira estão de pé. ;)
Ah, e feliz aniversário atrasado para a Lu!
Deus abençoe muito essa família linda!
Um abraço apertado nos três!
Camila,
fiquei sem palavras. Apenas agradeço as palavras de carinho. Vocês nos ensinam de perto e de longe e somos gratos por tudo.
As eventuais apreensões (minha e da Lu) têm a ver com esse mundo louco e o quanto saberemos educar, dar carinho e tudo que um inocente precisa. Temos aprendido, no entanto, e à duras penas, a depositar nossa confiança em Deus, além de retermos o que é bom.
E no que há de bom, fazemos o mesmo exercício da Chloe: "Uau, que legal!"
Abraços apertados e com saudade,
Levi & Lu
Querido Levi !
Em primeiro lugar um imewnso abraço e meus Parabéns! Estendendoo a tua esposa, com todo carinho.
Emocionei-me com teu texto, tuas descrições e em muitos momentos também me identifiquei, me coloquei no lugar de vocês uma vez que ainda não tenho filhos e penso que sentiria coisas muito semelhantes. Só penso, porque entendo que é indescritível.
A celebração da vida, na tua vida, no teu lar, a celebração do amor, na sua mais sublime forma. É claro que assusta e pensamos: "Agora não posso morrer, tenho um filho(a)". É indiscutível que isso traz muito mais força, energia e vontade de viver pra gente. É isso que faz a vida valer a pena!!!
Mais uma vez, recebam meu abraço e meus votos de muitas, muitas e muitas felicidades.
Como todo apresso,
Lilic@.
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